Value Investing, Growth Investing e Buy and Hold – Comparando 3 Formas de Investir em Ações

Value Investing, Growth Investing e Buy and Hold, comparando as formas menos arriscadas de investir em ações. 

Quem busca investir em ações para uma boa rentabilidade no longo prazo vai se identificar mais com a Análise Fundamentalista, que é a escola mais tradicional no estudo do mercado de ações. Ela REALMENTE apresenta mais consistência e resultados sólidos e é conhecida mundialmente por 3 formas:

  1. Value Investing, também chamada em Português de Investimento em Valor“,
  2. Growth Investing, também chamada em Português de “Investimento em Crescimento“, e
  3. Buy and Hold, a técnica que escolhemos como referência do Método Viver de Ações.

Estarei neste artigo, abordando as principais características, diferenças e demonstrando alguns pontos que considero serem importantes ao Investidor para que este possa se posicionar melhor frente as próprias escolhas, dentro das escolas de value investing, growth investing ou buy and hold.

Conceitos de cada uma das Escolas:

O que é “Value Investing”?

Literalmente traduzido como “Investimento em Valor”, Value Investing é uma abordagem de investimento que combina a análise fundamentalista com a observância do princípio da margem de segurança

Value Investing
Value Investing

Para que essa combinação possa ser feita, é necessário que o praticante desassocie o preço do ativo analisado de seu valor intrínseco e compre ou venda o ativo conforme a diferença entre essas duas cifras (preço e valor).

Quando e onde surgiu o Value Investing?

É difícil dizer… Pode-se argumentar que o Value Investing tenha nascido juntamente com o comércio, uma vez que receber mais valor do que o preço pago (“comprar bem”) ou entregar menos valor do que o preço recebido (“vender bem”) são resultados possíveis em virtualmente qualquer negociação, o que já era buscado por comerciantes há milhares de anos.

Formalmente, contudo, o Value Investing nasceu em 1934, com a publicação de “Security Analysis”. Nesse livro, Benjamin Graham e David Dodd organizaram a estrutura filosófica e as técnicas dessa abordagem de investimento, cujo ensino fora iniciado por Graham em 1929 na Columbia University, em Nova York. Foi justamente por ter perdido boa parte de seu patrimônio durante a Grande Depressão que Graham se propôs a desenvolver regras que garantissem o sucesso do investidor, independentemente de ser o mercado ascendente ou descendente.

“Security Analysis” foi posteriormente complementado por outra obra de Graham — menos acadêmica e já traduzida para o português —, “O Investidor Inteligente”, amplamente considerado o melhor livro sobre investimentos já escrito.

Outro legado importante de Graham é ter sido quem inicialmente treinou Warren Buffett, hoje o terceiro homem mais rico do mundo e tido como o melhor investidor da atualidade. Buffett, que no início de sua carreira, à la Graham, optava por maior diversificação e mantinha o foco em aspectos quantitativos de seus investimentos (índices P/L e P/VP, preço em relação ao “ativo circulante líquido” etc.), ao longo dos anos e sob influência de seu sócio, Charlie Munger, passou a preferir a concentração e o foco em aspectos qualitativos (identificar vantagens competitivas e a sua durabilidade) e, dessa forma, divergiu do estilo original de Graham. Podemos dizer que Warren Buffet em muitos casos optou por Buy and Hold como iremos ver mais adiante.

É importante notar que, obedecendo à regra de sempre se comparar o preço com o valor, a escola do Value Investing é mais ampla do que alguns presumem e não está restrita ao mercado de capitais (por exemplo, podemos exigir uma margem de segurança na compra de imóveis). Além disso, é equivocada a distinção — criada por participantes do mercado —entre “Value Investing” e “Growth Investing” (conceito antagônico que visa comprar Ações que estão ACIMA de seu valor intrínseco mas que tem potencial de extrapolação em crescimento): vários value investors, dentre eles o próprio Buffett, explicam que:

“O crescimento é apenas um dos componentes na determinação do valor e, nessa condição, devidamente avaliado pelo investidor sensato.”

Munger resume bem: “todo o investimento inteligente é Value Investing”. (Fonte: Value Investing Brasil)

O que é “Growth Investing” ?

Também conhecido como “Investimento em Crescimento”, esta escola busca

Growth Investing
Growth Investing

encontrar no mercado empresas com potencial de crescimento extrapolado, ou seja, acima dos indicadores apresentados.

Antagonicamente, ou seja, ao contrário do Value Investing que busca empresas com preço abaixo do seu valor intrínseco, o Growth Investing, a partir de critérios fundamentalistas, busca empresas que INDEPENDENTE DO SEU PREÇO, o qual muitas vezes está ACIMA do seu valor intrínseco, tenham potencial exacerbado de crescimento.

É muito mais fácil, especialmente para o investidor iniciante ou para o “estudante” que chega agora a este “universo a parte”, compreender estas duas primeiras escolas a partir de comparações, similaridades e diferenças:

Principais Diferenças entre Value Investing e Growth Investing

De forma simplificada, enquanto o foco do Value Investing é encontrar excelentes empresas a preços “promocionais”, o Growth Investing defende que você dê preferência a empresas que estão sendo negociadas com preços superiores ao seu valor intrínseco, mas que têm potencial de exceder exponencialmente seu atual valor de mercado.

Uma das grandes diferenças entre uma metodologia e outra é que enquanto no Value Investing você vai em busca (dentre outros fatores) de grandes empresas com P/L baixo, o Growth Investing dará preferência a empresas menores com P/L elevado.

Outro ponto importante é que empresas em crescimento geralmente não são as que pagam os melhores dividendos, porque costumam reinvestir seus lucros no negócio, visando criar novos produtos ou tecnologias que a façam se diferenciar e inovar para, assim, atingir seus objetivos de crescimento exponencial. (fonte: GuiaInvest)

Observem o Quadro Comparativo a seguir:

Value Investing Growth Investing

Foca no Valor Intrínseco abaixo do
Preço da Ação

Foca no Crescimento Potencializado, independente do Preço da Ação, considera muitas vezes que o Preço possa estar Acima do Valor Intrínseco
Compra Ação quando o Valor Intrínseco
está abaixo do Preço da Ação
Compra Ação quando o Crescimento está Sinalizado, mesmo que o preço da Ação esteja acima do valor intrínseco

Considera os Dividendos pagos
enquanto realiza a Operação

Considera o Ganho de Capital alocado enquanto realiza a Operação
Opta por empresas Boas Pagadoras
de Dividendos
Opta por empresas que NÃO pagam dividendo, pois consideram 100% do investimento em Crescimento.

Estas são características básicas, que identificam algumas diferenças entre estas duas primeiras escolas. Porém é importante colocarmos que hoje em dia, especialmente no que se refere ao Brasil, é difícil que algum investidor se posicione 100% em uma ou outra escola. O que se vê mais facilmente é que os investidores brasileiros mesclem conceitos buscando melhor rentabilidade a partir de escolhas dos papéis as quais irão investir.

Uma “desvantagem” destas duas primeiras escolas, em comparação com a terceira é que justamente o Buy and Hold não exige tantos “estudos técnicos”, se tornando mais fácil a assimilação por estudantes e investidores iniciantes que ainda não possuem uma base sólida gerando Renda Passiva. 

O risco atrelado aos processos nestas 3 escolas são, apesar de semelhantes, medidos de forma diferente, da seguinte maneira: Enquanto as duas primeiras escolas, ganharão efetivamente na COMPRA E VENDA, da ação, realizando o lucro de uma OPERAÇÃO COMPLETA, a terceira escola, chamada Buy and Hold, não visa a realização de lucro a partir da PRECIFICAÇÃO, ou seja, não visa uma operação completa, mas sim tem seu foco principal na RENDA GERADA por BOAS PAGADORAS DE DIVIDENDOS, INDEFINIDAMENTE, enquanto estas empresas se mantiverem consistentes no mercado.

O que é “Buy and Hold” ?

Como o próprio nome diz, Buy and Hold se traduz literalmente como “Compre e Segure”. É uma técnica simples e fácil, acessível a TODAS as pessoas e consiste na identificação de boas

BUY-AND-HOLD
BUY-AND-HOLD

empresas, consistentes no mercado, que possuam política de RENDIMENTO, ou seja, sejam BOAS PAGADORAS DE DIVIDENDOS e que possuam potencial de “Blindagem” contra crises econômicas, que não sejam cíclicas e que tenham por este motivo um teor DEFENSIVO. 

Na Bolsa de Valores temos diversos tipos de papéis, Ações, Units, Etfs, Ações Dinâmicas, Fundos Imobiliários, que se classificam bem neste sistema, facilitando a análise do investidor iniciante e do estudante, minimizando o risco ao máximo quando exercido no médio e longo prazo.

Enquanto as outras escolas fundamentalistas e/ou técnicas, visam a PRECIFICAÇÃO, ou seja, trabalham a partir de referências de valor intrínseco em relação ao PREÇO da Ação, a técnica de Buy and Hold NÃO PRECIFICA, não se importa com o preço da Ação, porém usa referências e critérios para identificar CONSISTÊNCIA DE NEGÓCIO de médio e longo prazo, e mantém a “Sociedade” enquanto esta consistência se mantiver dentro dos critérios de escolha.

Outra característica importante é que o Investidor que opta pela técnica de Buy and Hold não necessita de muito tempo de dedicação ao mercado. As análises podem ser feitas rapidamente. Em outras palavras, com pouco tempo, este investidor identifica se a CONSISTÊNCIA DO NEGÓCIO se mantém ou não, justificando para si mesmo, “manter” sua posição societária ou se desfazer da sociedade partindo para OUTRA empresa que cumpra com os critérios identificados.

Buy and Hold não morreu e nunca irá morrer.

Há alguns anos, surgiu uma tendência em afirmar que esta técnica estaria fadada a morte, porém grandes investidores como o brasileiro Luiz Barsi Filho e o próprio Warren Buffet, são exemplos que praticam esta técnica ainda hoje, gerando resultados incríveis.

Warren Buffet, discípulo direto de Benjamim Grahan, que iniciou sua carreira se posicionando em 100% dentro da escola Value Investing, identificou várias ações das quais SEGUROU em sua vida, mesmo depois que estas ultrapassaram seu “valor intrínseco”, partindo da seguinte máxima:

Se sou SÓCIO de uma empresa consistente, se este negócio tem consistência de longo prazo, blindagem contra crise e rende dividendos constantes e crescentes, não há necessidade alguma de se desfazer desta sociedade, independente do seu “Value” (valor intrínseco) e independente do seu “Growth” (crescimento)”

Portanto, é notório que a grande Chave ou Sacada do Buy and Hold é IDENTIFICAR O NEGÓCIO consistente do mercado e se ASSOCIAR A ELE. Warren Buffet hoje em dia é muito mais um “holder” do que um “value investor” e esta transição foi natural conforme as próprias entrevistas em que fala sobre seus investimentos e suas prioridades.

Ser Sócio, ao invés de ser Trader

O Poder da Sociedade pode ser visto a partir de ensinamentos como os de Luiz Barsi Filho, dos quais utilizamos como referência para o Método Viver de Ações. Neles, Barsi aborda a questão de Sociedade, e de Reinvestimento de Dividendos o que potencializa a construção patrimonial. 

O que chamamos no curso de “Ciclo Perpétuo de Dividendos”, a chave mestra do Método que transforma as análises em algo simples e acessível, e melhor ainda, com resultados matemáticos e comprovados, minimização do risco praticamente a zero e redução do tempo de construção patrimonial, trabalhando a partir da Base Percentual.

O Ciclo Perpétuo de Dividendos, ensinado no Método Viver de Ações, proporcionará aumento circunstancial de patrimônio de forma segura e melhor, CRESCENTE…

Se você gostou do artigo, compartilhe com seus amigos. Será um prazer receber seu comentário ou qualquer dúvida que tenha ficado sobre estas escolas fundamentalistas.

Deixe seu comentário abaixo.

Um abraço e Sucesso a todos,
Tiago Lacerda
tiago@aprendainvestimentos.com 

Comentários no Facebook

Termos de uso | Políticas de Privacidade

Desenvolvido por hashes – CNPJ: 37.197.780/0001-11